sábado, 1 de maio de 2010

Na Luz, de Cruz e Sousa

Na Luz


De soluço em soluço a alma gravita,
De soluço em soluço a alma estremece
Anseia, sonha, se recorda, esquece
E no centro da Luz dorme restrita.

Dorme na paz sacramental, bendita
Onde tudo mais puro resplandece,
Onde a imortalidade refloresce
Em tudo, e tudo em cânticos palpita.

Sereia celestial entre as sereias
Ela só quer despedaçar cadeias,
De soluço em soluço, a alma nervosa.

Ela só quer despedaçar algemas
E respirar nas amplidões supremas,
Respirar, respirar na Luz radiosa.


Cruz e Sousa
João da Cruz e Sousa (Nossa Senhora do Desterro, 24 de novembro de 1861 — Estação do Sítio, 19 de março de 1898) foi um poeta brasileiro, alcunhado Dante Negro e Cisne Negro. Foi um dos precursores do simbolismo no Brasil.

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

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